O documentário “Obsolescência programada: comprar –
descartar – comprar” demonstra, de forma simples e direta, o círculo vicioso de
consumo no qual nós não apenas nos inserimos por livre e espontânea vontade,
por escolha e por sermos ludibriados pelo marketing, mas, também, por
necessidade, sendo esta, porém, uma necessidade criada, programada.
Obsolescência vem de obsoleto, algo arcaico, fora de moda e que não tem mais
vida útil. Quanto a algo estar “fora de moda”, bom, isso não é difícil, já que
a prateleira de opções, de marcas e modelos, é infinita para qualquer objeto,
principalmente eletrônico, que lhe venha à cabeça. Logo, assim que um celular,
por exemplo, é lançado, já existe outro modelo, com aplicativos e modelo
cativantes e diferenciados, pronto para ir ao mercado e substituir o que, até
então, era a novidade da vez. Quanto aos jogos de marketing, que visam cativar
o consumidor e fazê-lo comprar os produtos, creio que seja do conhecimento de
todos. Agora, se essa obsolescência for programada, mas, para o outro sentido,
visando à diminuição da vida útil do produto? Pois é isso que acontece desde,
aproximadamente, 1929!
Para os fabricantes não é interessante que seus produtos
apenas sejam vendidos. Se eles forem vendidos uma vez isso é bom para o consumidor,
mas não para o fornecedor, que tem um único lucro, e só o terá novamente quando
outra pessoa comprar outro produto seu. Se o produto vendido, então, tiver uma
vida útil longa, mais tempo demoraria para que este fabricante obtivesse
novamente lucro por meio daquele mesmo comprador, que estaria poupando seu
dinheiro, já que não precisa trocar o item que ainda funciona muito bem. Mas,
de que interessa ao fabricante a felicidade do consumidor e que ele poupe seu
dinheiro, se é do dinheiro dele que o fornecedor precisa?
É exatamente nesta parte do caso que o documentário é
focado, demonstrando como a obsolescência programada ajudou aos EUA a se
reerguerem depois da Crise de 1929 e como isso nos afeta hoje, com nossos
produtos que possuem chips para controlar suas vidas úteis, como, por exemplo,
as máquinas fotográficas, que tem uma quantidade programada de fotos a bater, e
as impressoras, que têm seu número de impressões limitadas.
Se você acha que apenas os diferentes modelos de mercadoria
são a armadilha do mercado, “Obsolescência programada: comprar – descartar –
comprar” vai te surpreender!
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