“Bonecas são para meninas, carrinhos são para meninos e quebra-cabeças são neutros. Meu gênero é um quebra-cabeça”


Talvez tratar deste tema que me propus a escrever, cujo assunto esta enraizado em tabus sociais, preconceitos sexistas e olhares homofóbicos seja um primeiro artigo interessante carregado de duas intenções centrais, que julgo ser fundamental tal apresentação; o primeiro refere-se a minha própria, longa e difícil aceitação (como bissexual) como um rapaz que cresceu em um mundo binário e preconceituoso tornar-se livre de tais amarras e de qualquer outro estereótipo de gênero; a segunda esta atrelada a poder escrever e começar neste blog com um assunto que tanto me confrontou e perseguiu nas mais distintas áreas e locais em que estive.
A complexidade da sexualidade humana constituiu um dos mais diversos corpos da história humana, onde notamos, por exemplo, a construção de gênero entre a relação binária (ou didaticamente, homem/mulher, azul/rosa, carrinho/boneca), assim, o gênero surge como fator determinante de uma cultura ou sociedade, mas... E se eu não me enquadrar em nenhum dos gêneros binários? E se eu for uma menina (no âmbito biológico) e me sentir um menino (no campo psicológico)? E se eu for menino e quiser mudar meu nome e meu sexo? Existiria, portanto um terceiro gênero, ou seja, um gênero que foge do binarismo, ou que foge totalmente de algo pré-estabelecido?
 Mesmo em uma sociedade que pude pequenos avanços quanto a quebra de gêneros, ainda o pensamento imperante é o “macho” e a “fêmea”, o azulzinho e o rosinha, onde podemos apoiar nossos sentimento coletivos, cristãos e homofóbicos.
Mas, e aqueles que não completam ou se enquadram entre as relações histórico-sociais ou em nenhum gênero aqui apresentado, seja ele homem, mulher, homossexual, bissexual e etc., E aqueles na qual a identidade de gênero torna-se um pouco mais complexo onde a constituição de um sentimento individual de identidade não se enquadra em nenhum gênero (pré) existente.
Edie na casa dos pais do seu namorado
em Berkeley, fotografadx por 
Chloe After
E para você caro leitor do RxTx, seria mesmo necessário um mundo binário? E se não, indo um pouquinho mais distante, um rapaz que gosta de meninos deve apenas ficar preso a seu estereótipo gay?
O Ensaio da fotografa Chloe After nos remete totalmente a tal debate, sobre jovens que não se identificam em nenhum gênero e que retratam bem tal prerrogativa. Junto às fotos, encontram-se breves falas de tais jovens e adolescentes que não permitem que a sociedade ou cultura os definam.


 Vale à pena conhecer suas historias!

(clic para abrir o link das fotografias)



E é por este motivo que eu iniciei e finalizo o texto com a frase de umx dos adolescentes fotografados que “Bonecas são para meninas, carrinhos são para meninos e quebra-cabeças são neutros. Meu gênero é um quebra-cabeça”. Micah.


Luciano Junior, Estudante e professor de Historia.

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