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Fábio Alexandre
Primeiramente gostaria de agradecer por nos concederem essa entrevista, é uma honra muito grande para nós do Resíduos Tóxicos. Gostaria de saber o que aconteceu com a banda que ficou um tempo inativa e voltou em 2002.
Leviaethan (Flávio) - Bom, em 1997, Danilo Pizzato, antigo baterista, resolveu se mudar para o Rio Grande do Norte, e ficamos sem baterista... testamos algumas pessoas , mas sem sucesso... e na época, tínhamos outros compromissos, o que acabou fazendo com que nos desestimulássemos... Só em 2002, quando o guitarrista Carlos “Lots” Henrique me disse que conhecia um baterista, foi que tive vontade de voltar à tocar... Testamos Ricardo “Ratão” e ele está comigo até hoje...
Falando em volta, a banda lançou seu último cd em 1992, há planos para um novo material?
Sim, desde que a formação se estabilizou comigo, “Ratão” na bateria e Denis “Blackstone”, que entrou em 2003, nas guitarras, a gente vem compondo e produzindo. Inclusive, já iniciamos as gravações, que por uma série de razões, ainda não foram concluídas... Quanto à gravadoras, a gente com certeza vai lançar de forma independente, à não ser que apareça alguém ou alguma gravadora que realmente mostre interesse não somente em lucrar em cima de uma banda, mas na arte da gente e no nosso trabalho !
Qual foi o sentimento que os moveu a fundar a banda?
O simples prazer de tocar e “imitar” nossos ídolos na época... comecei assim, e na época em que formei o Leviæthan, essa era a intenção dos outros dois integrantes... pura diversão !
O Thrash Metal nos últimos anos teve um “revival” impressionante, há alguns nomes que agrada vocês?
Falo por mim... como tenho um programa de rádio, estou sempre “garimpando” bandas e, realmente, dentro do estilo Thrash Metal, temos vários expoentes, e pelo mundo todo ! Mas gostaria de falar sobre as bandas brasileiras: além do Violator, que já se tornou uma realidade, gosto muito do Prophecy e da Hicsos (RJ), sendo que esta última já tem mais de 10 anos, mas agora está espalhando seu nome pelo Brasil... E aqui no RS, temos a Cursed Fate, que pra mim é o novo Violator brasileiro ! Prestem atenção nesta banda, e a procurem por aí... ela realmente tem um potencial enorme, basta se envolverem com as pessoas certas...
Sei que muita gente deve perguntar isso, mas sobre o nome da banda o que pode nos dizer?
Bom, resolvemos batizar a banda com este nome porque O Leviatã (em português, e The Leviathan, em inglês) é um livro de Thomas Robbs, onde o autor critica a sociedade, a religião e o Estado... e isso é o que a gente queria colocar nas nossas letras na época...(vale lembrar que escrevíamos nossas letras em português). Além disso, um integrante da banda estava envolvido com Magia, e “Ethan” significa “Amém” nas missas negras... então, juntamosas palavras e surgiu este nome forte : LEVIÆTHAN... e as cruzes invertidas no logotipo significam todo o nosso desprezo às leis, às imposições, às regras, impostas por uma sociedade medíocre e escrava do “esquema financeiro” !
Em geral, peço para uma banda comentar uma de suas próprias letras, digito a letra em questão, e peço para que façam um comentário. Dessa vez faremos diferente hehe, gostaria de pedir que escolham uma letra da fase antiga e da nova.
Bom, na fase antiga da banda, quem escrevia a maioria das letras era o baterista Danilo Pizzato, e temos muitas letras ótimas feitas por ele... mas vou destacar uma das minhas letras, que fiz num fim de semana, dentro de um ônibus, durante umas das minhas muitas viagens Porto Alegre – São Paulo : A.I.D.S.... Destaco ela, porque o Virus HIV estava se espalhando pelo mundo e recém havia chegado no Brasil, e mesmo sem informação (transporte-se para a época), consegui retratar a dor e a luta de uma pessoa infectada em poucas palavras... além disso, fiz algumas “brincadeiras com as letras e seus significados... e criei a música junto. E “A.I.D.S.” se tronou uma música tão importante no nosso set list, que a tocamos até hoje. Aí vai:
In a senseles action (em um ato sem sentido, sem preocupação)
I commited my suicide (eu cometi meu suicídio)
The girl had so many atractions (a garota era tão gostosa – trad. Livre)
Now I see I was so blind (agora vejo que fui tão cego)
My body hás no reaction (meu corpo não reage)
A vírus in my mind (um vírus na minha mente)
A way without direction (um caminho sem direção)
At the end I see no light (no fim, não vejo luz)
I don’t need you cry for me (não preciso que chores por mim)
Why are you doing that so hard (porque você toran tudo tão difícil)
Please, don’t look at me with mercy (por favor, não me olhe com pena)
I don’t want to look in your eyes (não quero olhar nos seus olhos)
Now my opinion has changed (agora minha opinião mudou)
‘Cause I’m on the other side (porque estou do outro lado)
I know I’m near the end (sei que estou no fim)
But I still want to try (mas eu ainda quero tentar)
I have something to say (tenho uma coisa à dizer)
Just before I die (antes de eu morrer)
To throw any trouble away (para resolver qualquer problema) – trad livre
You only have to try (voce só deve tentar)
A.I.D.S. means Agony, Infection, Death Suffer
(A.I.D.S. significam Agonia, Infecção, Morte, Sofrimento)
Sobre as músicas novas, o que eu tenho à dizer, é que estou realmente muito contente comigo mesmo... como falei, na fase antiga, não era eu que escrevia a maioria das letras... claro que participava, pois era eu que cantava, e que mais manjava de inglês, então reescrevia algumas partes, etc... mas a idéia nãi prtia de mim... e com a retomada da banda, me vi na obrigação de também compor as letras... e modéstia à parte, me saí muito bem... O cd terá 12 músicas, e fora uma regravação e um “cover”, escrevi 10 (dez) letras co-relacionadas... não que o disco seja conceirual, mas todas as músicas se relacionam, tanto nas letras como no instrumental... e conseguí fazer algumas alusões à fase antiga da banda, bem com fazer vários jogos de palavras, Então não destaco nenhuma em especial, só peço às pessoas que realmente se interessam, que procurem ler e se informar à respeito da banda que vão entender muitos detalhes, como quando digo.
“Smile! Smile! For you it has no tomorrow...” (alusão ao album “Smile” – 1990)
ou
“Insanity –the dark is all I see
In sanity no more I can believe…” (jogo de palavras com a mesma pronúncia)
ou ainda
“Why do you disturb my mind…” (alusão ao 2º album “Disturbed Mind” – 1992)
Sem falar que há muito tempo queria escrever uma música com o título da nossa única demo até hoje “Thrash Your Brain” e conseguí !
Por tudo isso, estou muito feliz com o resultado !
Pessoal, obrigado pela atenção, é uma grande honra poder conversar com uma banda do porte de vocês! Por favor deixem um recado aos seguidores de nosso blog.
Que é isso, toda força ao blog Residuos Tóxicos! Os blogs de hoje são os zines de ontem, e as bandas dependem muito dessa divulgação específica e quase boca à boca, PC à PC...Por isso, agradeço imensamente ao interesse no nosso trabalh...;E pra quem se interessar, peço que entrem em contato... não precisam mais escrever cartas com antigamente, basta acessar os nossos links ou nos adicionar no Facebook ou Orkut ou ainda mandar um simple e-mail ! Mas ENTREM EM CONTATO !E como eu sempre me despedia nas velhas e antigas cartas: LET US THRASH YOUR FUCKING BRAINS!!!!!
Posted in: Entrevistas,Por Fábio
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