Entrevista com a banda Chaos Synopsis




O Chaos Synopsis está a algum tempo no circuito underground e já se destaca bastante, com uma proposta artística de fazer death metal pesado com alguns elementos curiosos. Abordando questões como a loucura, alienação e fanatismo a banda nos fala um pouco de sua experiência tão intensa no metal extremo nacional e até internacional, já que a banda realizou uma pequena tour na Polônia.





Fábio – A banda até o lançamento do álbum Kvlt ov Dementia já vinha chamando bastante a atenção seja pela proposta diferenciada como pela qualidade. Entretanto me parece que o Full-length elevou vocês a um patamar ainda maior! Conte-nos um pouco sobre a produção deste trabalho.

Chaos Synopsis (Friggi) – Olá Fábio! A banda já vinha trabalhando desde 2005, ai em 2008 ficou evidente que estávamos no momento certo para lançar o primeiro álbum, trabalhamos e entramos em estúdio em 2009. KoD possui musicas velhas da época da demo Garden of Forgotten Shadows, como “Only Evil Can Prevail”, algumas intermediárias, como ”License to Kill” composta em 2007 e mais novas, como “Sarcastic Devotion” e “Postwar Madness”. Então podemos dizer que este debut retrata o que a banda passou do inicio até aquele momento. Gravamos no Laboratório 6 com produção de Fábio Zperândio, guitarrista do Ophiolatry e grande amigo nosso. Gostamos de ver todo o reconhecimento que conseguimos com este CD, já que ele foi feito de forma honesta e natural.






Fábio – Quase meia década de atividade da banda e o grupo já tocou ao lado de nomes como Mayhem, Dismember, Sinister, Head Hunter DC, Otargos e Deicide... Fora alguns bons shows locais e uma tour na Polônia. É um trabalho bem expressivo para uma banda relativamente bastante nova, mas imagino que vocês pretendam aprontar mais! Como está o planejamento atual do grupo?



Friggi – Acabamos de lançar o vídeo clipe da musica Sarcastic Devotion e estamos divulgando este trabalho, em paralelo seguimos no processo de composição do segundo álbum, que agora iremos fazer um pouco diferente do KoD, estamos dando mais atenção à todos os processos da composição da musica, já que pretendemos nos superar neste álbum. Almejamos também uma turnê europeia e uma sul-americana após o lançamento.

Fábio – Recentemente David Vicent do Morbid Angel deu uma entrevista falando sobre explorar novos elementos para explorar novos ares na música extrema. O Chaos Synopsis agrega elementos extremamente variados de forma bastante competente sem perder a identidade, por isso vamos à questão: Afinal até aonde é possível inovar no metal extremo?
Frigi – Muito interessante essa pergunta, afinal é uma coisa que estamos trabalhando muito para o próximo álbum. Hoje temos diversos estilos e misturas, não só no rock/metal, mas em todo o mundo musical, porém eu acho que dentro do rock deve-se tomar muito cuidado. Sem querer, quando se fala “inovação” já vem a palavra “modernização” na minha cabeça e isso pra mim não é muito legal do rock and roll. O Chaos Synopsis sempre buscou explorar diversos elementos em sua musica, mas sempre respeitando as verdadeiras raízes do rock.

Fábio – (É uma brincadeira nova para você comentar sua visão pessoal sobre o trabalho de arte que está abaixo)







Friggi – Esta é a arte do single que foi lançado antes do KoD, seguimos o tema da musica Postwar Madness: Loucura pós-guerra. A letra, escrita pelo Jairo, retrata a imagem de um indivíduo que não consegue voltar a uma vida normal após ter a experiência de lutar em uma guerra. A imagem é do Johnny, com um capacete de soldado prestes a se matar com um tiro na cabeça.






Fábio – (É uma brincadeira para você dar nota de 0 a 10 para as 3 bandas que indico e comentar sua razão de tal nota, depois você escolhe uma banda que gostaria de falar e atribua uma nota e comentário a essa banda)



Arch Enemy – Nota 6 – Não sou muito fã na banda, mas também não desmereço o trabalho, é bem feito e representam muito bem o metal extremo mais moderno.
Slayer – Nota 9 – Sou suspeito pra falar dessa banda, alguns dos álbuns são indispensáveis para o currículo. Simplesmente indiscutível a importância dessa banda para a cultura metal e com certeza para a minha vida, quando ouvi pela primeira vez a musica Black Magic fiquei chocado.
Motley Crüe – Nota 10 – Não tenho muito que falar sobre esta banda, como fanático declarado por hard rock e mulheres, ai está uma banda que consegue unir essas duas coisas importantíssimas pra mim. Meu habitat natural é o bar, intoxicado de cerveja, cigarros e GIRLS, GIRLS, GIRLS...


Sepultura(Banda escolhida) – Nota 9 - Acho que o metal nunca atingiu um nível de energia tão grande quanto o Sepultura em seu auge. Ali a coisa era diferente.






Fábio – A banda tem um foque muito evidente nas questões da loucura e caos, gostaria de pedir para que fizessem um paralelo do trabalho e de sua arte com a sociedade brasileira Contemporânea.

Friggi – Os temas até então, abordam nosso ponto de vista sobre a sociedade vezes de forma explícita, vezes não. Não sabemos se em algumas de nossas musicas, ou ouvintes realmente sacam o que estão nas entre linhas... Quando falamos em loucura, não tratamos somente sobre um laudo médico de deficiência mental, mas também sobre atitudes e ideologias que consideramos como tal e percebemos isso no dia-a-dia, como por exemplo, fé e alienação. Só para adiantar, estes assuntos não serão abordados no próximo álbum, faremos mais um álbum conceitual tratando de algo ainda mais brutal.






Fábio – Friggi, muito obrigada pela entrevista! Estamos aguardando ansiosos por um novo material da banda e torcendo para que vocês continuem trilhando de forma tão intensa o caminho do metal extremo. Por favor deixem um recado para os que nos acompanham e suas considerações finais!



Friggi – Pode parecer clichê, mas agradecemos a todos que acompanham e curtem o trabalho da banda, isso envolve fãs, parceiros, patrocinadores e amigos. Continuem acompanhando o blog! Em particular, quero mandar um beijo para todas as mulheres que fazem com que EU mantenha sempre de pé aquilo que é a coisa mais importante para o homem: A moral, rs.

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