Entrevista com a banda Hippie Hunter


Na entrevista da banda Eternal Fate comentei que havia realizado uma das entrevistas mais legais desse blog... Mas essa entrevista da lendária banda de death metal sorocabana Hippie Hunter está sensacional! Falando de momentos curiosos da vez em que tocaram com Marduk (Suécia) até o conceito do nome "Hippie Hunter", extremamente sinceros e humildes. Banda altamente indicada! Lets' to Hippie's funeral march!



Fábio – Em nome do blog Resíduos Tóxicos gostaria de agradecer por nos atenderem em relação a esta entrevista. E para começar fale-nos como está o andamento das atividades da banda?
Hippie Hunter(Felipe) – Nós que agradecemos a oportunidade e a atenção! Você é da casa, cara!
Estamos em um período criativo, compondo material e tendo novas idéias para um novo álbum que esperamos lançar em breve.
Também estudamos a possibilidade de lançarmos 1 EP ainda este ano em comemoração a 10 anos da banda com um pouco de material novo e algumas regravações.

Fábio – Uma dúvida sobre a banda que mês questiono há anos é a questão do conceito do nome. Qual a idéia inserida no nome da banda?
Felipe – É o que todo mundo pergunta (risos). Mas é uma coisa bem irreverente (aliás isso é a essência do Hippie Hunter) e muitas pessoas levam a ferro e fogo tanto o nome como as nossa letras, sendo algumas vezes até hostilizados por isso...mas aí é que está a diversão, né! (risos).
Enfim....tudo começa por volta do começo dos anos 90...onde aqui em Sorocaba tinha um Bar chamado Bar Brasil (ali na frente do Fórum velho daqui de Sorocaba)....era um ponto onde os bangers de toda a região se encontravam...porém também tinham muitos hippies freqüentavam este local...a convivência era pacifica, porém começou a ter um trafico intenso de drogas até o bar fechar (tem histórias fantásticas sobre o Bar Brasil que só quem viveu a época acredita)....e sempre víamos os hippies consumindo drogas perto do local, o que contribuiu e muito para o fechamento do bar.....quando pensei em um nome para a banda imediatamente veio toda essa história na minha cabeça...de como o buteco era legal e como acabou em nada....aí saiu o nome Hippie Hunter....todos da banda adoraram e assim ficou (risos)...soa pra nós como uma “piada interna”, pois só quem vivenciou esta época entende melhor o conceito(risos).





Fábio – O Hippie Hunter é um dos grandes nomes do metal sorocabano. Porem algo que senti em parte do público, durante a divulgação do Sorocaba Metal Union, era que a banda andava meio afastada dos shows locais. Qual a razão disso?
Felipe – Não só shows locais como qualquer outro evento.
Tivemos algumas mudanças em nossa formação que não se encaixaram e chegamos a conclusão de que seria ideal a banda dar um tempo....e depois de 1 ano e meio foi natural sentir a necessidade de voltar a tocar, fazer material novo e shows por aí....após esse período resolvemos que a melhor forma de voltar com o Hippie Hunter seria a formação “clássica” com os 3 integrantes (Eu, Fubá e Fernandão).
Esse tempo foi bom para a banda amadurecer e fortalecer a amizade que cultivamos a mais de 15 anos. O Hippie Hunter é uma conseqüência dessa amizade e não o causador e isso é a chave para estarmos aí tocando a 9 anos aproximadamente com esta formação!





Fábio – O Hippie teve a honra de dividir o palco com nomes como Chakal e Torture Squad do Brasil e Marduk (Suécia), destes shows alguma curiosidade para nos contar?
Felipe – Esses shows realmente foram maravilhosos e surreais pra nós! Foram ótimos momentos que vamos levar pra sempre conosco!
Lembro-me do Morgan (Marduk) querendo levar o Bisqui (o grande cachorro do Undergound (risos) o único canino presente em todos os shows de metal de Sorocaba!) para a Suécia. Quem conheceu do Bisqui lembra que o cachorro era preto e branco e tinha duas manchas nos olhos que pareciam um corpse paint muito semelhante ao do Abbath do Immortal (risos)!!! Isso fez com que o Bisqui até se transformasse em um personagem de quadrinhos de um Zine local na época (risos)!!!

O Castor do Torture se matando de comer sagu foi muito engraçado também (risos)..a desculpa dele era que não comia esse doce desde pequeno...na churrascaria o cara bateu a travessa de sagu inteira (risos)!




Fábio – A indicação por Vinícius Mariano como banda revelação na revista Valhala (em 2004) pode ser considerado um grande divisor de águas para a banda, ou há algum fato mais relevante no extra palco para a banda em seu inicio?

Felipe – Foi muito legal o Beccera nos indicar como banda revelação.....claro que impulsionou bastante a banda..ele sempre foi um grande amigo e realmente não esperávamos isso... Ele é um cara que sempre apoiou muito o Hippie Hunter e todo o underground... é muito bom ter um reconhecimento desse nível em uma revista de alcance nacional. Com certeza foi um marco na nossa história, porém não foi o único impulso extra palco...tivemos também uma boa resenha na Roadie Crew, a qual abriu portas para nós tocarmos em vários lugares do Brasil...inclusive em Rio Branco (Acre)



Fábio – Para vocês o que seria “underground” e como o analisam hoje em Sorocaba?

Felipe – O Underground é feito por pessoas de personalidade forte e bem definida...e hoje em dia é difícil encontrar pessoas com personalidade não só aqui como em qualquer lugar, porém isso não mostra que Sorocaba está morto....muito pelo contrário...hoje tem bandas de metal em Sorocaba que são muito boas e vem efetuando um trabalho de muita qualidade, como é o caso do Hammathaz, Lecher, Pervencer, Prepared to Kill, Scarifear, Maligna..cada uma dentro do seu estilo não perde em nada para bandas nacionais ou estrangeiras.

Sorocaba é um celeiro de boas bandas...é só olhar ao redor!

O que estraga um pouco a cena é a adoração que as pessoas têm por bandas cover, quem faz som próprio perde muito espaço para shows de cover que não acrescentam em nada ao underground.

Fábio - (É uma brincadeira para você dar nota de 0 a 10 para as 3 bandas que indico e comentar sua razão de tal nota, depois você escolhe uma banda que gostaria de falar e atribua uma nota e comentário a essa banda)
Bathory – Felipe – 10...adoro Bathory....acho que a primeira vez q ouvi foi em 92...ou algo assim...um amigo me mostrou o Twilight Of The Gods em uma fita K7 (eram muito populares nessa época)....ali meio q que começava o Viking Metal...aquilo era muito diferente de qualquer coisa que tinha ouvido!

Bolt Thrower- Felipe – A...eles me fazem voltar no tempo...quando o Death Metal era jovem ainda....eles foram os primeiros lá na terra da rainha e vieram arregaçando tudo!

Dá pra dar nota pra uma banda que deixou a Margaret Thatcher surda??? Se der é 666 (risos)!!!

Alice Cooper – Felipe – Esse é foda...é 10, 100, 1000 (risos)....Alice Cooper me acompanha desde os 15 anos! Lembro que eu e um amigo compramos o Constrictor dele e o Black Metal do Venom no Mappin!!! Tô velho (risos)...mas o Alice Cooper é um grande músico, sua presença de palco é fantástica.....o que você pode falar de um cara que chamou um batalhão de astros do rock (como Sammy Hagar, Dee Snider e Ozzy Osbourne ) só pra fazer backing vocals no álbum Hey Stoopid e todos aceitaram?

(banda a sua escolha): Slayer - Fernando – 10.000 (risos)... Uma das maiores influências e referências do Hippie Hunter... A banda que deu cara à melhor fase do Thrash-Death... Slayer é tão importante pra história do metal que não dá nem pra falar slayer... tem que gritar: SLAYER!!! (risos)





Fábio – Para finalizar gostaria de agradecer a vocês pela entrevista! Conte-nos um pouco sobre o "espírito" Hippie Hunter e por favor deixem um recado para nossos seguidores!

Felipe – Mais uma vez valeu pra caralho, Fábio pela oportunidade!!!
Essas iniciativas que movem o underground...parabéns velho!!!
O que a gente pode falar é o segredo de uma banda é a amizade entre os membros!
Não importa o que se passe...se a amizade for verdadeira entre banger a banda dura até todos morrerem!!!
Ouça-nos:

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http://twitter.com/hippie_hunter


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