Entrevista com China Lee, da banda Salário Mínimo



1- Primeiramente fale-nos um pouco sobre o momento de formação da banda Salário Mínimo (origem do nome, integrantes, o que os moveu a montar a banda...).
Res.: O rock estava em alta e em cada esquina surgia uma banda, nós garotos de classe média duros rsrsrs resolvemos montar uma banda, o nome já explica tudo (muita dificuldade).

2- A banda foi formada no final dos anos 70, e ainda o governo militar exibia grande poder, pincipalmente no aspecto de repressão. Músicos de metal de outras cidades como o Chakal (MG) e o Leviathaen (RS), ainda não tinham idade para ter bandas, mas enquanto jovens de visual metálico sofreram bastante. E quanto ao Salário Mínimo?
Res.: A repressão era muito grande, mas com a união das bandas e pessoas influentes ao nosso lado, exemplo: Luis Calanca (Baratos Afins) e Mario Ronco (Empresário Secos e Molhados) conseguimos respeito e uma organização à nível internacional.

3- Ainda sob o contexto da ditadura militar. São Paulo durante os anos 60 com sua classe média e elite haviam apoiado bastante o golpe de 64, o que mostrar um caráter bastante conservador do Estado. O heavy metal e o rock de uma forma em geral têm um visual bem contrastante com conservadorismo, você alguma vez se viu usando o visual como alguma forma de rebeldia ou tinha algo a ver mais com um gosto?
Res.: Apesar de gostar muito do meu visual sempre fui encarado como um protesto, e nos fundo acho que é mesmo.

4- O Salário Mínimo é uma das mais importantes bandas de rock pesado do Brasil. Viram boa parte das coisas acontecerem de camarim. Hoje muito se fala em um underground dividido e em frangalhos, vocês vêm às coisas dessa forma em São Paulo? Se sim porque e aonde acham que as coisas começaram a se equivocar.
Res.: Sim, realmente estamos nos aparelhos de um hospital. Em 80 as bandas tinham um ideal, trabalhavam muito e eram unidas.
As coisas começaram a ficar ruim com o surgimento de bandas cover, bandas que só querem tocar para se divertir nada contribuem para o movimento e o pior, roubam o espaço de quem tem valor, que faz sua própria musica e tem atitude de ser autentico.

5- Como era transitar por São Paulo sendo um fã de rock durante os anos 70 e 80? Havia pontos de encontros desses jovens?
Res.: Pontos pela cidade inteira, nunca mais vai acontecer algo parecido, Rainbow Bar, Carbono 14, Teatro Mambembe, Dama Xoc, Aeroanta, tudo foi perdido, sobraram apenas saudades.

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