Entrevista com a banda Critical Fear thrash metal!



A banda Critical Fear já figurou algumas vezes em nossas páginas. Foi a primeira banda indicada na seção de “indicação de bandas” e esteve na coletânea que organizamos para a palestra na Semana de História da UNISO “Um novo olhar cultural: o heavy metal”. Um dos motivos por gostarmos tanto da banda é seu engajamento exalado tanto pelas letras e músicas como pelas atitudes do grupo. Um dos ótimos grupos do interior de São Paulo!
A título de curiosidade indique as 10 melhores e mais regulares bandas de qualquer gênero do rock pesado(em ordem de preferência) :
Top 10:
Fala Irmão!
As 10 melhores bandas:
Nuclear Assault
Madball
Kreator
Sepultura
Cro-Mags
Forbidden
Vio-lence

Agnostic Front
Black Sabbath
Evil Dead
1-1- Resíduos Tóxicos - Perci primeiramente fale-nos um pouco do atual momento do Critical Fear.

Critical Fear - A banda esta musicalmente falando vivendo sua melhor fase, conseguimos fechar a formação. Conseguimos uma certa experiência em termos de shows, timbres e o mais importante, que não se pode ligar 110 em 220 ahahaha. Os shows estão voltando a aparecer, temos em mente fazer esse ano shows por
varias partes do país e soltar um Play novo ano que vem.

2- Resíduos Tóxicos - A banda lançou em 2011 o trabalho “Conflicts” como foi à recepção do público em relação a esse trabalho?
Critical Fear - Sim, lançamos o play em 2011. Olha levando em consideração os quase zero reais de gasto com divulgação, digamos que o material esta sendo bem aceito, passamos os plays nos shows a módicos 5 reais, inclusive a 4 por 20. E isso ajuda bastante na hora divulgar o trabalho. Mas ainda falta o grosso da divulgação, zine, sites, blogs e afins...

3- “Revolution’s Necessary” foi uma das músicas de nossa compilação na palestra ocorrida na UNISO durante a Semana de História sobre Heavy Metal. Ela foi uma indicação de nosso amigo e colaborador Bolaxa. A música fala basicamente sobre a luta de classes, não? Como você analisa a atual situação dessa luta?
Nossa fiquei surpreso de saber que rolou nosso som num evento tão bacana como este. Obrigado de coração Bolaxa e organizadores do corre. Um evento acadêmico falando sobre Heavy metal, melhor impossível. O som fala sobre luta de classes de maneira bem simples, porém o conceito esta ali. Parto do seguinte pensamento “Luta de Classes tem todo dia”. Sendo nosso país capitalista, temos portanto luta de classes. É verdade que as coisas estão um tanto diferentes que na época de Marx, porém o conflito entre “Patrão e Peão” continua dado. Temos ainda uma série de mecanismos que já no século XIX Marx havia visto como a mais valia, os monopólios, Estado burguês e coisas do tipo. Portando a luta de classes continua viva, Burgueses e Proletários continuam em conflito.
4- Você é professor de história hehe, uma bela profissão por sinal. E falando em
história não tinha como mais uma vez falar das letras maravilhosas da banda! Haha. “The brazilian way” é uma pedrada musical e certeira na letra! Poderia comentar essa música?

“I'm Brazilian
I never desist!
My system has failed
I hate the politics!
Government just fuck me
But i don't care!
Can't forget my novel
And soccer is sacred

The Brazilian Way!”

(“The brazilian way”) – Critical Fear
Sim, sou professor de História, é uma profissão muito gratificante no sentido de ajudar na construção e na formação do individuo. Muito obrigado pelas palavras, confesso que esse som é um dos meus favoritos, por ter uma pegada um tanto Hardcore. Criamos o som logo no começo da banda, eu nem vocalista era. Estávamos ensaiando numa tarde de sábado, no meio do ensaio começamos a trocar ideia sobre Brasil, política, mídia e afins. De repente peguei soltei “Eu sou brasileiro e eu nunca desisto”, tirando onda dessa merda de jargão, ai a banda toda começou a dar ideias e pensamos, vamos faze rum som já! Em 15 min tudo estava pronto, afinal a música é minúscula rsrsrsrsrsr. Ai mandei uns riffs bem Hardcore, Beto nosso vocal na época, correu montar as linhas de voz, Pinico, o bass, deu uns retoques na letra e Senna nosso batera já lançou uma batera safada e tcharam! Som pronto. Foi um som criado pela banda toda. Esse som é uma paulada muito forte na falta de consciência política e falta de ação do brasileiro em si, de maneira irônica. Por ser tão direto, nada melhor que o Hardcore para expressar musicalmente a vibe do som.

5 - As músicas da banda, todas são escritas por você? Como funciona essa etapa da composição das músicas?
As letras são escritas, e passam por avaliação do restante da banda, qualquer um na banda pode chegar e colocar suas idéias no papel e escrever letras, o interessante é que a banda toda tem a mesma orientação política então acabamos tendo pensamentos um tanto parecidos. As músicas como um todo surgem nos ensaios, porém é comum os membros da banda chegarem e tipo”Hey saca isso” o Critical Fear é um espaço bem democrático nesse sentido.

6- Você comentou comigo que enfrentou fortes problemas pessoais recentemente, mas que a música foi um dos alicerces de sua recuperação... Focamos muito nas letras do Criticar Fear durante essa entrevista, mas eu queria saber sobre esse sentimento. Depois de tudo o que você passou seja com a banda, sua profissão e esses problemas pessoais, eu gostaria de saber o significado da música e do underground para você.
É bixo, conforme comentei com você, minha vida passou por uma espécie de revolução de 1917. Separei-me, me endividei, perdi trampo, mudei de casa, tive uma depressão fudida, aprendi a viver longe do meu filho, confesso que passei por dias terríveis, porém há males que vem para o bem. E a música teve papel fundamental no sentido de evitar que eu me afundasse ainda mais do que já estava, e isso rendeu boas composições, busquei organizar mais roles de Metal e Hardcore enfim seguir lutando por algo que eu sempre lutei, o underground. A música para mim é simplesmente o combustível da minha alma, sendo feita na raça, com garra, com amor, esta valendo e é por isso que o underground sempre me encantou, é justamente nesse ambiente que temos música uma boa quantia de música executada na raça. Por pessoas que não estão ali por pressão de um selo e afins, mas por curtir o que faz e por amor ao que faz. O underground para mim é um espaço de camaradagem, onde o DIY acontece e para mim fazer um role, chamar bandas, divulgar e tentar fazer acontecer e infinitamente mais importante que entrar numa van e ir ver uma banda Gringa.

7 - Gostaria de agradecer imensamente por nos atender! Acompanho o Criticar Fear há algum tempo e já vimos pelo menos uns 4 shows com vocês, e saibam que é uma honra para nós ter gente como vocês em nossas páginas! Mas por favor deixem um recado para nossos seguidores!
O prazer é nosso, ficamos eternamente gratos por termos a chance de colocar um pouco de nossa trajetória e nossos ideias nesse blog fudido! Dedicado ao Underground, vamos trombar e mais roles ainda. Pessoal muito obrigado por terem lido essa entrevista, valeu de coração, acessem e apoiem o blog, pois é um instrumento de luta do Underground. Montem banda, se expressem, organizem shows, compareçam nos shows, não importa se as condições matérias são precárias. O que realmente importa é a vontade de estar ali fazendo algo que é realmente notável. Um abraço e nos vemos nos rolês
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