Entrevista com a banda Atomic Roar



      1- Fale um pouco sobre a criação da banda, como veio a ideia do Atomic Roar?
     Vinícius Hellpreacher - O Atomic Roar surgiu na minha casa! Estudávamos no mesmo colégio, e tínhamos o costume de beber e ouvir as nossas novas aquisições em LPs um na casa do outro. Quase um rodízio de casas... pra não castigar tanto os ouvidos dos nossos pobres pais!!! Morávamos todos bem próximos, no subúrbio do RJ, em Olaria e Bonsucesso. 
Estávamos bebendo em minha casa, ouvindo Warfare e Exciter, o que acontecia diariamente, e resolvi imitar as vozes! Decidimos na mesma hora fazer alguma coisa naquele estilo! Como o Whipstriker não estava nesse dia, fizemos um ensaio sem ele ainda em 2003. No segundo ensaio ele já estava na banda, e a formação estava completa. 

2-
  Vocês soltaram uma compilação em 2013 por um selo japonês (DeathThrash Armagedon), como foi a elaboração desse material e como chegaram à esse selo?
Hellpreacher – Já conhecíamos o Yuki, da Deathrash Armageddon, desde o início da década passada. Tínhamos em mãos alguns de seus lançamentos, e sabíamos da seriedade e qualidade do selo. 
A elaboração do material foi algo natural! Em 2013 completamos 10 anos de Atomic Roar, e eu queria deixar isso marcado. Reuni o que tínhamos de material ainda não lançado, e que pudesse mostrar a nossa essência. “Metal Mayhem” possui 14 faixas, entre sons que não entraram no primeiro disco, a demo, e o registro do nosso segundo ensaio.
Mostrei o que tinha pro Yuki, e apresentei minha ideia. Ele aceitou na mesma hora! A arte foi desenhada por Jeferson Pizoni, que é um dos melhores artistas pra esse tipo de temática da atualidade, e a montagem gráfica pelo próprio Yuki.

      3-   Vocês também tiveram lançado em 2013 um Split com Iron Fist (EUA) e Whipstriker. Como rolou esse projeto?
      Hellpreacher – Esse material também foi bem natural. Em 2011 fizemos uma turnê pela Europa junto com Whipstriker e Iron Fist. Os shows foram registrados em alguns vídeos. Selecionamos os melhores e extraímos o áudio. O lançamento foi feito 2013 em formato cassete pelos selos Motorpunk Recs.(EUA), que é do Paul, vocal do Iron Fist, e pela Fuck The Mainstream (ALE).

      4- Há algo sendo bolado em relação a músicas inéditas para 2014?
      Hellpreacher – Sim! Vários sons novos e materiais preparados para 2014. Lançaremos um 7’ split com a banda Alcoholic Force (Col) pela Evil Spell Recs. (Ale), e o novo disco “Never Human Again”. Além disso, para esse ano também teremos o lançamento do nosso segundo álbum “Atomic Freaks” em versão LP pela Hell Music, e o lançamento das músicas do EP “Metal Mayhem” em 7’ split com o Apokalyptic Raids.

      5-  Qual a principal diferença entre o Atomic Roar e outras bandas nas quais outros integrantes do grupo tocam (Whipstriker, Farscape...)?
      Hellpreacher - Acho que o Atomic Roar tem um estilo próprio de fazer as músicas. Além disso, temos uma temática própria que seguimos, e identidade visual também. 
Todos nós temos gostos muito parecidos, e as vezes essas influências criam semelhanças entre as bandas em uma música ou outra, em um riff ou outro, mas cada uma com sua própria cara.
Atualmente somos 6 pessoas em 4 bandas ativas. Atomic Roar, Apokalyptic Raids, Farscape e Whipstriker! Nós procuramos nos organizar em conjunto! Temos uma agenda visível a todos nós, e alimentamos a cada necessidade. Fica fácil administrar dessa forma!
Ultimamente fizemos alguns shows juntos. Facilita para os organizadores em termo de custos. Em Piraju/SP, por exemplo, alguns tocaram 3 vezes na mesma noite até, o que é muito cansativo. Vamos nos organizar para acontecer no máximo 2 shows por noite pra cada membro daqui pra frente!!!

      6-  Eu sempre tive uma grande dúvida e vou pedir o Atomic Roar me sanar parte dela. Muitas bandas crossover/ thrash e punk falam sobre acidentes nucleares e químicos. Tem alguma razão específica para que o Atomic Roar o faça? Falo isso porque senti que no álbum Atomic Freaks (2011) esse é o foco, mas tem muitas metáforas...
      Hellpreacher – Essa temática sempre nos interessou. Desde filmes e livros pós-apocalípticos, até mesmo assuntos da atualidade. Decidimos reunir tudo o que lemos e vimos com as ideias doentias de nossas mentes. O resultado inicial foi o “Atomic Freaks,” nosso primeiro álbum temático! 
A saga de pessoas que sofreram mutações genéticas e começaram a ser hostilizados por isso. Não importava mais se no passado eles eram amigos, familiares ou vizinhos, agora eram “monstros”!
Fugiram para os esgotos, só saindo para saquear a cidade durante a noite. Nunca mais viram o sol, e isso fez sua pele cair e virar pó. O pó, quando inalado, causava alucinações, o que criou um mercado negro das drogas no submundo, entre os “mutantes” e os “normais”, predadores e presas. O ódio crescia a cada dia de confinamento, e várias revoltas foram arquitetadas. No fim todos são iguais! Todos mudaram!

Continuaremos de onde paramos no próximo álbum, “Never Human Again”, e já temos em papel até a ideia pra sequencia dele! Cada vez mais doentio... Como a humanidade!


      7- Gostaria muito de agradecer, novamente, pela atenção! Por favor deixem suas considerações finais!
Hellpreacher – Valeu pelo espaço, e pela oportunidade de esclarecer nossa temática e ideias. Sorte e sucesso na jornada importantíssima que vocês fazem de divulgar e espalhar a essência do underground. Sem isso não sobreviveríamos!


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