O que a banda Grave Digger e Beto Richa (PSDB) NÃO tem em comum? - Texto do professor André Carlos
Fotos do Ato dos professores do Paraná (29/04/2015) |
Esse texto relata a experiencia do professor André Carlos que também integra a importante banda brasileira Dragonheart. Em sua página de FB ele publicou essa história com a banda alemã Grave Digger, história que tem cerca de 10 anos, mas poderia ter sido escrita na última tour da banda pelo Brasil. André, como muitos de nossos amig@s e companheir@s professores, é um grande militante pela educação pública de qualidade e esteve nos atos violentamente reprendidos no Paraná pela PM à mando governador Beto Richa (PSDB). Felizmente ele não foi ferido, mas talvez ele tenha dado sorte que os demais colegas não tiveram. Sobre o título, não conversei com o companheiro professor autor do texto que compartilho, e por isso optei por algo que lembra as diferenças entre uma banda que tem articulações legais do lado social (hoje me parecem mais ligados à questão animal) em relação com partido político cujo modus operandi é o eterno "sucatear, privatizar e espancar" (coisa que nós em São Paulo temos vivido com o PSDB), nada menos humano e social. Como a lista de diferenças seria grande demais fica o lado da visão sobre educação e o papel do professor.
"Em 2005 a banda alemã de heavy metal Grave Digger, veio fazer uma tour pelo Brasil. Assisti ao show deles em Curitiba, viajei com eles até São Paulo, tocamos juntos em SP e Santos. Na segunda feira, após o show de Santos fui almoçar junto com os músicos da banda numa churrascaria em SP. O baixista da banda, Jens Becker, casado com uma brasileira, começou a puxar papo comigo. A curiosidade dele recaiu sobre o nome de algumas cidades brasileiras que ele queria saber o significado. Foi ai que Rio de Janeiro virou "january's river", Belo Horizonte "beautiful horizon", etc. Ao perguntar o nome de Curitiba eu expliquei que se tratava de um nome nativo, cujo tronco linguístico era Tupi, expliquei que significava muito pinhão. Ele me perguntou o que era pinhão, eu expliquei. Expliquei sobre a colonização de Curitiba, ocupação do território dos Estados do Sul, economia colonial brasileira, entre outras coisas. Depois de quase uma hora conversando ele me perguntou em alemão (prontamente traduzido por sua esposa): Como é que você sabe tanta coisa sobre a história do seu país, inclusive de regiões diferentes da qual você mora? Eu disse: Sou professor, bacharel em história. Ele interrompeu a conversa e falou aos outros integrantes da banda "gente, estamos almoçando na presença de um historiador brasileiro". E os outros integrantes se aproximaram. Disseram estar orgulhosos de almoçar com um bacharel em história. Me fizeram mais perguntas sobre o Brasil. O interesse deles recaiu sobre alimentação brasileira, preço da carne, geografia brasileira, história recente do Brasil, das grandes cidades, entre outros temas. Ao final da conversa eu perguntei por que é que ficaram tão entusiasmados ao saber da minha verdadeira profissão. Então o Jens falou: No nosso país respeitamos muito aqueles que são professores, em geral, mas principalmente os bacharéis, historiadores. Eles são peça importante para a formação da memória, da cultura e da formação dos nossos cidadãos. Estou honrado. Acho que você foi o primeiro bacharel em história com quem conversei. Depois de tudo que vi ontem no centro cívico, das ações truculentas do governador Richa do PSDB, me deu uma tristeza enorme não ter nascido na Alemanha. Mas, tudo bem, continuarei lutando para melhorar as coisas através da educação."
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